Confira abaixo as composições da cantora e compositora Dayse do Banjo ao longo da sua vasta trajetória. Algumas das letras fazem parte de discos de ilustres estrelas do samba como Beth Carvalho e sua sobrinha Lu Carvalho, samba-enredo campeão do bloco carioca Mulheres da Vila e o do bloco paulista Traço de União.
(Dayse do Banjo | Gercinho da Banda | Cidinha Zanon)
Hoje a saudade me fez sonhar
Felicidade fez renovar
Meu sentimento toda ternura
Vem do alento que você me dá
Amor, eu te amo de um jeito
Parece defeito do meu coração
Eu sei que o tempo passou
e a distância mudou a nossa direção
Fui em busca de coisas banais
O preço foi alto demais
Perdi meu sossego, meu eixo
Meu peito vazio em busca de paz
Já sofri demais com meus erros
Só peço que agora me dê seu perdão
Orgulho e mágoas passadas
Não vão resolver a nossa relação
Me diga quem nunca errou
Errei e me arrependo demais
Me dá outra chance
E eu prometo de amar muito mais
(Dayse do Banjo | Luana Carvalho)
Arrasta a sandália
que o samba vai começar (bis)
O meu samba é de frente
É fundo de quintal
Do morro do asfalto
É dito popular
Brasileiro, guerreiro
de chão, de terreiro
Ele é de carvalho e de jequitibá
Sai de dentro do peito
Não tem preconceito
Emana alegria em qualquer lugar Arrasta a sandália
que o samba vai começar (bis)
Ele não tem segredo de roda de enredo
Em qualquer esquina, à luz do luar
Ele é branco, ele é negro,
arrasta a corrente
Inspira poetas em mesa de bar,
ele é valente, é coisa da gente,
Semente que brota em qualquer lugar…
Arrasta a sandália
que o samba vai começar (bis)
(Dayse do Banjo | Almir Guineto | Newton Motta)
Nossa escola vai sair, eu e você
O enredo que escolhi – amor e prazer
Os carinhos vão servir, de adereços de mão
a nossa sapucaí, nosso barracão
Em segredo nossa apresentação
A bateria nossos corações
e a harmonia, com sabor e ginga
Amor e samba, não terminam em cinzas
os nossos corpos, nossas fantasias
Você é meu rei e eu sua rainha
O nosso leito é a passarela
Gritos e gemidos, explosão da galera
Não existe poder, nem tão pouco razão
pra desclassificar, nossa louca paixão
No final do desfile, nossos corpos suados
de carinho e prazer, ambos realizados
E no ano que vem, voltaremos de novo
com o mesmo enredo: esse amor tão gostoso
(Dayse do Banjo | Cidinha Zanon)
A dor…
Que eu escondia dentro do meu peito
Passou…
Porque a vida dá sempre o seu jeito
Chorei…
Até pensei que não fosse passar, passou…
Não me entreguei, me levantei,
pois não sou de ficar assim…
Esperando o sol todo dia se pôr…
Se pôs…
Lutei!
Recuperei a energia que me levantou
Acreditar, que posso sim,
tirar do peito a força do querer
pois não vou dar mole pra vida
Não vou mais sofrer
Não, eu não vou me acovardar
Chorar porquê?
Não sou de me entregar…
Já dei a volta por cima,
a vida me ensinou
Chega de tanta tristeza, esse tempo
passou, passou
Chega de tanta tristeza
esse tempo passou
(Dayse do Banjo | Esmeraldo | Davi do Pandeiro)
Chorar você já chorou
Meu cavaquinho
bonitos acordes
Eu fiz você em meu pinho
mas falo daquele que fez
aparecer pra vocês,
Alguém que vivia a tocar
nos pagodes da vida e de bar em bar
Defendo a bandeira do samba,
de braços abertos
Procuro aprender com os bambas
o caminho certo
Te aperto com a força em meu peito
Sinto virar os arranjos
Feliz da vida me sinto
Tocando o meu banjo
chora cavaquinho, pode chorar
Sei que o que fiz com você
foi traição
Hoje sou ré confesso
O banjo é a minha paixão
Chora e faz companhia
pro meu violão
(Dayse do Banjo | Dorina | Cidinha Zanon)
Sai tristeza
Procura outro lugar pra morar
Leva a dor pra outro peito
Dá seu jeito com você não posso mais ficar
Sai tristeza (bis)
Você calou a minha voz
Meu canto entristeceu
Até o amor eu perdi
Sim, a maldade que fez
Me envenenou com seu fel
Me enganou tanto tempo
Vai, leva pra longe esse tormento
A nossa história acabou
Vai terminando aqui
Agora sei o que fiz
Tô livre pra ser feliz
Já encontrei a minha paz
Chegou ao fim da um tempo
Não quero mais saber de sofrimento
(Dayse do Banjo | Rogerinho Angelo | Cidinha Zanon)
Da tamarineira vem o seu cantar
Tão nobre madeira não há de quebrar
As rosas falam sim perdoa-me poeta
Até o cosmo já te ouviu, sorriu e fez a festa
O samba tem na veia todo seu pulsar
É mais do que um canto, é um despertar
As luzes da ribalta sempre a te esperar
Primeira como! A mangueira é o seu lugar
Dos salões aos quintais o samba te levou
Com você ele é mais e muito mais
Ecoou
Se alastrou pé no chão e a andança continua
Tá na rua, na avenida é principal
Batizou o samba e o samba é a sua voz
Batizou o samba e o samba somos nós
(Dayse do Banjo | Newton Motta)
Vontade, força e querer
Saber, coragem, vencer
Ser mulher de onde for
de qualquer raça não esmorecer
na arte ou no poder
Do ventre vem a vida, é razão
É amor, é paixão, é conquista
Essa terra cor de anil
Bela negra mãe Brasil
A mistura de todas as raças
Sou a África, sou chão
Sou filha desse torrão
Essa miscigenação com graça
chega de falar de dor
Nossa luta é de amor
de conquistas e vitórias
Minha voz não vou calar,
Sou Brasil, sou África
Sou mulher,
Sou resumo dessa história
(Dayse do Banjo | Robson Sant’anna)
Padre Miguel
É você que conhece meu mundo
Vivo tão longe e perto desse subúrbio
Escondido nas linhas do trem da Central
Só quem te ama que consegue
Enxergar seus encantos
que vestido de verde e branco
se mostra bonito, todo carnaval
Lá tem poetas do povo, sentados
na esquina bebendo no bar
Lá tem crianças brincando,
descalças correndo pra lá e pra cá
Sinto saudade, dos amigos da infância
que eu quero tão bem
Da varanda que a gente se encontra
e conta tudo o que se passou
Quero mostrar nesses versos
um pouco de nós
Eu que sou seu rebento,
aproveito o momento
pra dizer que me orgulho
da poesia que você me deixou
Mesmo à distância, o elo,
É forte demais
não esqueço do berço
e nem dos momentos felizes
que tive em Padre Miguel
(Dayse do Banjo | Baiano)
Se o fogo é de lenha
A panela é de barro sinhá
Se o fogão é de lenha
A panela é de barro sinhá
Ô sinhô vai chamar sinhá
Vai buscar a minha rede
Que eu vou lá pro mar pescar
É noite de lua cheia
Lua boa pra pescar
Maré mansa leva o barco
Brisa vem abençoar
Que Iemanjá me defenda, me guarde e proteja
Pra quando eu voltar
Pros braços da minha morena
que está me esperando
pra gente se amar
Se o fogo é de lenha
A panela é de barro sinhá
Se o fogão é de lenha
A panela é de barro sinhá
Ô sinhô vai chamar sinhá
Vai buscar a minha rede
Que eu vou lá pro mar pescar
Jangadeiro que se preza
Não tem medo de alto mar
Vento forte quebra a vela
Deixa o mal tempo passar
Peguei o cardume mais lindo, morena
Só lhe presentear
Também levando comigo
O coração cheinho de amor pra te dar
Samba-enredo do bloco Traço de União | 2013
(Dayse do Banjo)
É pro samba que eu vou
Vem comigo amor
É dia de alegria
Vista a fantasia
Venha de peito aberto
Venha de coração
Brindar no bloco do Traço de União
Arrebenta minha bateria
porque não é dia que alegria está no ar
O rei mandou cair dentro da folia
Vinte e quatro horas
Vou cantor, vou sambar, me acabar
Aqui no Traço a gente é mais feliz
Só tem samba de raiz
Diz o dito popular
Cerveja gelada
A melhor balada
No carnaval a gente vai se esbaldar
Com o bloco na rua
Hoje a festa é sua
Pular, curtir até o sol raiar
É pro samba
Samba-enredo do bloco Mulheres da Vila | 2014
(Dayse do Banjo | Gilson Bernini | Dinny da Vila)
De Bach ao bar
A música nos faz sonhar
A felicidade ecoa no ar
Mulheres da Vila
Em alto astral
Vem da magia que é o nosso carnaval
Ô clareia
Clareia imaginação
Deixa a mente viajar
Sinto que a melodia
Faz o corpo arrepiar
Dom divino rosas pra Noel
Seja erudito ou popular
Mesmo na batuta do maestro
É no samba que eu quero
Hoje me acabar na Boulevard